Os teus olhos falam mais que a tua boca, movem-se
à procura do raciocínio, da palavra certa que não
há ou apenas vendida à ilusão e à crença. Os teus
olhos movem os meus, se os seguir hei-de perceber
o convencimento e a alegria. Por tais armadilhas
não hei-de morrer, por um copo de vinho contigo
escolhido posso matar longínquas recordações do
corpo. Vejo o fosso, a vala à altura de um homem,
o cheiro a desinfectante, o túnel da vida que é
uma estrada que vai dar ao mar e por ele passo
sem dar por isso, a morada é um número. Nas
grandes interrogações passo o tempo final do dia,
estantes arrumadas, um ar de ocasionais disfarces,
o sangue preso às veias por tão pouco. Moinho
de papel e pequenas figuras humanas a lápis de
cor povoam esta sala, a sua casa, há uma
inesperada ternura nos recortes e nas histórias
contadas a uma mesa para o riso, para perguntas
obscuras. Só sei que olho para os teus olhos a
querer saber se ficamos, se partimos para onde
não houver vento.
Helder Moura Pereira
à procura do raciocínio, da palavra certa que não
há ou apenas vendida à ilusão e à crença. Os teus
olhos movem os meus, se os seguir hei-de perceber
o convencimento e a alegria. Por tais armadilhas
não hei-de morrer, por um copo de vinho contigo
escolhido posso matar longínquas recordações do
corpo. Vejo o fosso, a vala à altura de um homem,
o cheiro a desinfectante, o túnel da vida que é
uma estrada que vai dar ao mar e por ele passo
sem dar por isso, a morada é um número. Nas
grandes interrogações passo o tempo final do dia,
estantes arrumadas, um ar de ocasionais disfarces,
o sangue preso às veias por tão pouco. Moinho
de papel e pequenas figuras humanas a lápis de
cor povoam esta sala, a sua casa, há uma
inesperada ternura nos recortes e nas histórias
contadas a uma mesa para o riso, para perguntas
obscuras. Só sei que olho para os teus olhos a
querer saber se ficamos, se partimos para onde
não houver vento.
Helder Moura Pereira
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