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Fragmento de ...

Amor no Feno e outros Contos de D. H. Lawrence

"(...) Despontava a fria madrugada quando Geoffrey acordou. A mulher dormia ainda nos seus braços. O rosto adormecido despertou nele uma imensa onda de ternura: os lábios comprimidos, como que decididos a suportar o que custava muito a suportar, contrastavam tanto com o formato pequeno das feições, que metiam dó. Geoffrey apertou-a ao peito: por possuí-la sentia que podia vingar-se dos sorrisos de escárnio, passar pelos outros de cabeça levantada, invencível. Com ela completando-o, constituindo o seu cerne, sentia-se firme e completo. Precisava tanto dela que a amava fervorosamente.(...)"

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É este o dia anunciado, a hora da desesperança! Expulsos de um tempo julgado sem fim, onde os corpos se banharam indolentes e incautos, procuramos em vão, de novo, o caminho...sem um fio de luz, sem alento, sem consolo. Os teus olhos, os meus olhos, os nossos olhos quase cegos choram, tardiamente, a memória ardida, prostrados perante as etéreas cinzas que de nós se apartam. É esta a manhã negra do nosso desalento! Afastados da vida, num devir atormentado que nos lança as presas onde já não há carne,  resta-nos cumprir a pena aceitando-a como um bálsamo. Os meus braços, os teus braços, os nossos abraços esmagados, ameaçados, extintos, são as estátuas de pedra que tomam agora o lugar das árvores caídas. São estas as criaturas inumadas em que nos transfigurámos! E assim, levianos, soterrados no sedimento do nosso desânimo, ora resignados, ora alarmados, seguimos...com a granada dentro do peito. [ alma ]

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