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Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2010

Estou a ir...de férias!

Fiquem bem e...até Setembro! At last Beyonce [Etta James]

Crónica da Rapariga à Chuva

"Há bocadinho fui espreitar à janela e estava uma rapariga lá em baixo, à chuva. Isto às onze da manhã, a rua deserta e ela imóvel diante da agência de viagens, sem gabardina sequer, à chuva. Cabelos curtos, sapatos de ténis, os braços ao comprido do corpo, sozinha como uma estátua. Não volto à janela porque não quero encontrá-la, parece acusar-me de uma falta que desconheço, afigura-se-me um remorso vivo. À chuva. Não acaba, este inverno, esta solidão magoada, desconfortável. (...)" António Lobo Antunes http://aeiou.visao.pt/cronica-da-rapariga-a-chuva=f568316

Canção para Leonard Cohen

enquanto nos faltarem fotografias o futuro estará à deriva. pero si. yes. la ciudad. a cidade. a cidade que assinala a urgência no meu vestido comprido e justo, saída do banco com o dinheiro negro. the money. money likes rain. chove. é insuficiente dizer que chove. é como dizer dinheiro. ou love. (love não quer dizer amor). d'accord, got it, há máximos e mínimos. concepções copernicianas do espaço. leonards cohens que espiam atrás de canções bifurcadas. gerações diferentes. a realidade não dá conta do recado because it depends on, you know, pois depende do expressável. representável. não basta dizer «tudo tem uma duração». é preciso dizer «tudo é uma duração». pero si, chica. la ciudad! a cidade. sim. mas cala-te um pouco. a cidade onde agora faz sol. sabe: o sol só é auto-expressável porque é cópia de si mesmo. todos os dias copia a fórmula recém-passada de aplanar nos rostos que vão demolindo a arte de acordar. wake. up. e nada resulta para mim. e nem a metáfora é analgésico. tal

Cinge-se a vida ao diâmetro do pescoço

cinge-se a vida ao diâmetro do pescoço, nas minhas mãos tenho os teus ombros, envoltos em pele, inesperados, nas tuas costas o mundo silencia e trago-te à vida, as minhas mãos são um berço de intenções assimétricas e perfeitas, e quando os segundos se adensam no perímetro desconcertante do teu olhar, o instinto demora-me, como duas ilhas os meus joelhos nascem e afastam-se desafiando o suor frio da solidão, desalinhando os braços num rasto de palavras desacordadas, cinge-se a vida ao diâmetro do pescoço, mas sobra-nos espaço, sobra-nos amor... alma

Study of Kelsie I & II

Lucong

diz-me

diz-me um segredo qualquer coisa inacessível dessa tua alma alguma coisa que eu possa ainda fingir que não sei gil t. sousa no blog exercícios de esquecimento

4 anos...

4 anos...nesta ilha por vezes habitada! Na ilha por vezes habitada Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites, manhãs e madrugadas em que não precisamos de morrer. Então sabemos tudo do que foi e será. O mundo aparece explicado definitivamente e entra em nós uma grande serenidade, e dizem-se as palavras que a significam. Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas mãos. Com doçura. Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, a vontade e os limites. Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos ossos dela. Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres como a água, a pedra e a raiz. Cada um de nós é por enquanto a vida. Isso nos baste. poema de José Saramago pintura "Sonidos del mar" de Antonio Carzola

Praia e dunas...

Antonio Cazorla

Eu luminoso não sou

Eu luminoso não sou. Nem sei que haja Um poço mais remoto, e habitado De cegas criaturas, de histórias e assombros. Se, no fundo poço, que é o mundo Secreto e intratável das águas interiores, Uma roda de céu ondulando se alarga, Digamos que é o mar: como o rápido canto Ou apenas o eco, desenha no vazio irrespirável O movimento de asas. O musgo é um silêncio, E as cobras-d'água dobram rugas no céu, Enquanto, devagar, as aves se recolhem. José Saramago

Blue Jeans

Antonio Cazorla