Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de julho, 2012

não achas que chegou a hora?

não achas que chegou a hora? um dia ainda me dizes que já não há nada. mais nada no lado de fora do tempo. os anos, sabes? essa maré que nos salva e afoga, que ora nos traz, ora nos leva. o amor ou a dor. sempre o amor ou a dor… ou um lugar, ou a hipótese de um lugar. qualquer ponto no universo onde a estrada acabe. onde o tempo acabe. onde toda a memória possa pairar como um céu sobre o passado. sobre todos os passados. tu sabes. um dia ainda me dizes tudo isto outra vez. não achas que chegou a hora? os navios ainda erram na linha de azul que nos amarra à terra. a estas janelas, a este dom de olhar. à dádiva de ver para lá e para cá, os navios, o mar, estes pássaros que o sol arrasta. esta luz antiga em que crescemos. que nos escreveu na pele o costume de adormecer e despertar como se as horas chegassem de dentro e morressem ainda mais dentro e isso fosse a marca, a escritura solene que te torna dono do que sempre te pertenceu. gil t. sousa do blog exercícios de esquecimento
Yan Ya Ya

A pele que há em mim

Quando o dia entardeceu E o teu corpo tocou Num recanto do meu Uma dança acordou E o sol apareceu De gigante ficou Num instante apagou O sereno do céu E a calma a aguardar lugar em mim O desejo a contar segundo o fim. Foi num ar que te deu E o teu canto mudou E o teu corpo do meu Uma trança arrancou O sangue arrefeceu E o meu pé aterrou Minha voz sussurrou O meu sonho morreu Dá-me o mar, o meu rio, minha calçada. Dá-me o quarto vazio da minha casa Vou deixar-te no fio da tua fala. Sobre a pele que há em mim Tu não sabes nada. Quando o amor se acabou E o meu corpo esqueceu o caminho onde andou Nos recantos do teu E o luar se apagou E a noite emudeceu O frio fundo do céu Foi descendo e ficou Mas a mágoa não mora mais em mim Já passou, desgastei, p’ra lá do fim É preciso partir É o preço do amor P’ra voltar a viver Já nem sinto o sabor A suor e pavor Do teu colo a ferver Do teu sangue de flor Já não quero saber… Dá-me o mar, o meu rio, a minha est