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A mostrar mensagens de janeiro, 2014

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Não sei se viro menina, se viro mãe, se viro todas. Se viro artista, Se viro vento ou viajante Viro santa ou viro doida Quem sabe viro onça Viro a mesa, viro o jogo, viro a página, viro a vida do avesso e viro outras Sim, eu me viro. Yohana Sanfer

Foi um momento

Foi um momento O em que pousaste   Sobre o meu braço,   Num movimento   Mais de cansaço   Que pensamento,   A tua mão   E a retiraste.   Senti ou não ?   Não sei. Mas lembro   E sinto ainda   Qualquer memória   Fixa e corpórea   Onde pousaste   A mão que teve   Qualquer sentido   Incompreendido.   Mas tão de leve!...   Tudo isto é nada,   Mas numa estrada   Como é a vida   Há muita coisa Incompreendida...   Sei eu se quando   A tua mão   Senti pousando   ‘Sobre o meu braço,   E um pouco, um pouco,   No coração,   Não houve um ritmo   Novo no espaço?   Como se tu,   Sem o querer,   Em mim tocasses   Para dizer   Qualquer mistério,   Súbito e etéreo,   Que nem soubesses   Que tinha ser.   Assim a brisa   Nos ramos diz   Sem o saber   Uma imprecisa   Coisa feliz.   Fernando Pessoa